quarta-feira, 30 de outubro de 2013

ROTARY CLUB B.J.I.



                  
                                          Obs. Clique na imagem para ampliar
        
       Segunda feira, 28 de outubro, em reunião festiva, na sede do Rotary Club de Bom Jesus, recebi uma homenagem significativa e carinhosa pelo dia do Poeta. Fiquei muito agradecida pelo convite e pela oportunidade de  recitar  poesias que elevam o ser humano e eternizam o poeta no cenário das Artes. Agradeço a indicação e renovo parabéns para o Rotary que tantos serviços  presta a nossa comunidade.                                                                              

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

LIVRO "DEVANEIOS"


ANA  TRISTE
                               Neumar Monteiro 

Ana chagada de dores.
Ana dos mil amores,
todos tristes, acabados.
De dia, ao sol passeia,
de noite, funga e pranteia,
sozinha sem namorado. 

Viúva, já teve caso
com o vizinho do lado,
um amor cheio de briga.
Ana, no amor, não tem sorte,
nem mesmo com o consorte
teve sucesso ou guarida. 

Mas conta muitas histórias,
todas repletas de glórias
de amores que já viveu.
Só não fala dos fracassos,
nem dos feios namorados
que teve, porém, perdeu. 

Ana, coitada menina!
Parece uma bailarina
se equilibrando na vida.
Feia, já sem esperança,
Ana vive da lembrança
da juventude perdida.

domingo, 13 de outubro de 2013

O NORTE FLUMINENSE - 02-2008


                                    
ATÉ AMANHÃ SE DEUS QUISER
                                                                                                  Neumar Monteiro
                     Passou o carnaval deixando saudades. Talvez pelos dias de folga que passamos com a família, fato este, é bom que se diga, que o trabalho diário não nos proporciona. A lembrança de outros carnavais ficou gravada: um tempo de descontração cantando as velhas marchinhas do reinado de Momo. O engraçado é que as marchas de outros tempos enfocavam a política, as corrupções na área social e os desmandos efetuados pelos governantes, conseguindo induzir o povo a lutar pelos seus direitos e também reivindicar o lugar absoluto que exerce na democracia.
                                   Hoje tudo mudou. Os enredos são extravagantes e, às vezes, importados, contando vivências de culturas e tradições outras. Nada como antes, tudo moderno neste tempo de agora: “A Maria Tá” é caso da Vara de Família na investigação de paternidade; “O Boi da Cara Preta” virou    crime  de  racismo  e “A Jardineira”, de Benedito Lacerda, ficou tão triste como a Camélia que caiu do galho acabando na polícia com o advento da Lei Maria da Penha; ”Cabeleira  do  Zezé”, de João Roberto Kelly, é passível de punição denominada homofobia, conhecida, também, como aversão a homossexuais. Se correr o bicho pega... Se ficar o bicho come!
                                   Outros tempos. Só que agora sem a ternura de antes. Tudo se transformou numa “Turma do Funil”, com a exagerada ingestão de álcool a zombar da inspiração do Braguinha; “Bota a Camisinha”, do saudoso Chacrinha, hoje é regra geral com o chegada da AIDS;  “Marcha da Cueca”, que virou pano de prato, de Carlos Mendes, anda esquecida no  vestuário masculino já que, pouco a pouco, vem sendo abolida; “Maria Sapatão”, do Chacrinha, está muito em moda tendo em vista a  liberdade da escolha sexual; “O Teu Cabelo Não Nega”, de Lamartine Babo, perdeu  a validade desde a invenção do henê e da escova progressiva; “Me dá um Dinheiro Aí”, de Ivan Ferreira, Homero e Glauco Ferreira,  já faz parte da área Federal de benefícios ardilosos do INSS; “Pierrô Apaixonado”, de Noel Rosa, divorciou da Colombina; “Chiquita Bacana”, de Braguinha, e “Linda Morena”, de Lamartine Babo, viraram passistas de Escola de Samba ou apresentadoras de TV.
                                   Assim sendo, temos que seguir “Na Onda do Berimbau”, de Osvaldo Nunes, acompanhando o “Cordão dos Puxa-Sacos”, do Roberto Martins; usando, como disfarce, uma “Máscara Negra”, do Zé Keti e Pereira Mattos, tomando uma “Cachaça”, sem pensar que ela é água, do Mirabeau Pinheiro, Lúcio Castro e Heber Lobato, até a “Aurora”, que não era nada sincera, de Mario Lago, “Sassaricando” com Oldemar Magalhães, despedindo do Carnaval com “Até Amanhã”, de Noel Rosa, pois “Está Chegando a Hora”, de Rubens Campos, que ninguém é de ferro.
 
 
 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

LIVRO "DEVANEIOS"


AMIGO
                                 Neumar Monteiro 

Não me canso em dizer
que és amigo,
mesmo na hora que o sofrer maltrata.
Amigo que se cala
quando aumento o grito,
saído do meu peito
quando a tristeza grassa. 

Amigo na incerteza
das horas maltrapilhas,
em que me ferem a pele
e que minh’alma matam.
Quando olvidam os meus lamentos,
quando o estresse ataca,
quando piso vacilante
o chão da minha estrada. 

Amigo é isto tudo,
que cala e consente.
Que despe o próprio corpo
para encobrir a gente,
que chora quando o riso
já se esqueceu de nós. 

Tudo isto és, amigo,
e mais coisas não posso
dizer-te, neste instante,
nestes versos tão pobres
mas que são ricos de amor
para chamar-te AMIGO.